Há cerca de 600 mil imigrantes
no município de São Paulo, a maioria morando ou trabalhando
esses dados foram levantados em 2015, pela prefeitura da cidade. O Conare
(Comitê Nacional de Refugiados) apontou no mesmo ano que 40% das solicitações
de refúgios são para o estado. A procura se prende ao fato que os
imigrantes buscam oportunidades de trabalho na cidade. De acordo com a Secretaria
Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, de 2011 a 2016 cerca de 24 mil
imigrantes se inscreveram no PAT (posto de atendimento do trabalhador) e no
Poupatempo. Destes, apenas 594 estão no mercado de trabalho.
O governo estadual de São Paulo também oferece serviços a
imigrantes e refugiados na Casa de Passagem Terra Nova e dispõe uma unidade do
Centro de Integração da Cidadania (CIC) voltado para atender a demanda de
estrangeiros no estado. No local são oferecidos serviços de poupatempo, PROCON,
PAT e oferecem cursos de idiomas: Inglês, Espanhol, francês e também curso de português
e artesanatos, oferecidos pelo Núcleo de Estudos sobre imigração em parceria
com o CIC.
Segundo Silvana Silva, diretora técnica do CIC, essa atual
frota de imigração africana é composta em sua maioria de nigerianos,
congoleses e haitianos e quem busca atendimento no estado em maior número são
homens, ela afirma: “A primeira imigração é formada por homens, porém, em
caso de refúgio vêm mulheres e até crianças como é o caso dos sírios, mas em
números menores”.
Os imigrantes entram no país pela cidade da Basileia no Acre
e depois são encaminhados de ônibus até São Paulo pelo próprio governo. Em maio
de 2015, o Ministério da Justiça fez um acordo com o governo do Acre e a
Prefeitura de São Paulo para que o transporte dos imigrantes fosse suspenso devido
o fluxo de imigração haitiana no município.
Jean Josepher Osny, haitiano que vive em São Paulo há dois
anos, conta que escolheu o estado pelas oportunidades de emprego e estudo. No
Haiti, Jean trabalhava e estudava direito, porém, desde que chegou ao Brasil
não teve oportunidade de retomar os estudos na área e no momento está
desempregado, antes ele prestava serviços em uma empresa do ramo de construção
civil, ele relata: “Viver em São Paulo sem emprego é difícil, pagamos aluguel e
às vezes mandamos dinheiro para familiares que ainda vivem no Haiti e esperam
por isso”, o imigrante vive em Carapicuíba com um primo.
Desde o terremoto que devastou o Haiti em 2010, imigrantes
têm viajado durante dias em condições degradantes, para buscar oportunidades de
emprego no Brasil, como é o caso do primo do Jean que veio para o país logo
após o terremoto. Júnia Matsuura coordenadora do Núcleo de Estudos sobre
imigração relata que essa migração atual africana é diferente da latina.
Segundo ela os acordos bilaterais do Mercosul facilitam a realocação de
bolivianos, argentinos, venezuelanos no país, e outras nacionalidades como os
africanos não tem tanto acesso. Esse acordo define liberação de fronteiras para
cidadãos do Mercosul e determina livre circulação nos mercados de
trabalhos de seus países membros.
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