quarta-feira, 11 de maio de 2016

Onu convoca assembleia extraordinária para debate sobre a atual política de drogas.


Ativista em roda de conversa em evento realizado na zona norte de São Paulo.         
Foto: Leonardo Nogueira/EthernalFotografia
Realizado pela terceira vez em sua história a Sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, ou SEAGNU, é uma conferência de estados membros da ONU – Organização das Nações Unidas, para avaliar e debater questões globais como saúde, gênero, ou, como nesse caso, as prioridades mundiais no controle de drogas. Na última vez em que uma sessão extraordinária foi realizada, em 1998, seu foco foi a total eliminação das drogas no mundo. Hoje, líderes políticos e cidadãos fazem pressão para repensar essa abordagem ineficaz e perigosa.

Em três dias de conferência realizadas no mês de Abril em Nova York, os participantes enfatizaram que mais do que nunca, o consenso global reconhece que a solução para o problema das drogas está em uma abordagem mais humana, orientada na saúde pública e nos direitos humanos e não apenas na criminalização.

Os debates deixaram claro um cisma crescente na comunidade internacional com respeito ao tema. De um lado, países como México, Colômbia, Canadá, Noruega, Uruguai, entre outros, denunciaram a falência do paradigma de guerra às drogas e a necessidade de uma abordagem mais flexível diante da questão.
Para Fernando da Silva, advogado, o que atravanca o avanço nas discussões sobre a atual política de drogas são as questões morais, porque viemos de uma tradição religiosa muito forte, mantendo um cunho “policialesco” em relação à conduta das pessoas, porém não cabe ao Estado obrigar o indivíduo a fazer escolhas morais.  

Do outro lado, nações como Rússia, China, Irã, Indonésia e Arábia Saudita, além de países da África, defenderam a manutenção do modelo atual e, em alguns casos, até a utilização da pena de morte para enfrentar o problema.

Essa sessão especial forneceu uma oportunidade importante, em um momento crítico, para construir um entendimento mais compreensivo e coletivo dos desafios que enfrentamos, enfatizando a necessidade de políticas antidrogas que coloquem as pessoas em primeiro lugar. Porém de acordo com Jonathan Rodrigues, Padre Católico, esse controle sobre às drogas não existe e ao invés de se fazer esse controle estão querendo a liberação das drogas para que esse crime não pare de existir, mas sim que ele deixe de ser caracterizado como crime.

O encontro resultou em um documento que contém recomendações operacionais para reduzir a demanda e a oferta de drogas; acessar medicamentos controlados para evitar desvios; aborda questões de direitos humanos, juventude, infância, mulheres e cooperação internacional e desenvolvimento alternativo.
De acordo com o ativista, Sandro Marandueira, no geral o governo tenta agradar a bancada religiosa e ainda não temos avanços significativos como uma lei que possa alterar a atual política de drogas, o que anima é que recentemente as Nações Unidas vem mudando o atual posicionamento em relação às drogas.

Porém o planeta não se aproximou nem um pouco desse objetivo nestes mais de 30 anos de “guerra ás drogas”. Trilhões de dólares foram gastos na repressão, enquanto centenas de milhares de pessoas receberam penas de encarceramento sem que fossem reduzidas a proporção global de usuários ou a produção de estupefacientes e principalmente sem contar as outras centenas de milhares de vidas perdidas nessa guerra sem fim e sem eficácia.

 Trecho da entrevista realizada com advogado especialista Fernando da Silva.



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